
Nunca demora muito para determinadas soluções milagrosas serem expostas como, no mínimo, algo menos que perfeitas. Na mesma altura em que a National Geographic deedica, no seu número de Outubro, a capa aos biocombustíveis e apresenta um sistema interactivo para comparação dos mesmos, vemos a Economist a dizer que é errado pensar que etanol é uma boa forma de tornar os carros mais verdes. Some-se a isto a conclusão de um Nobel da Química (Paul Crutzen) sobre o agravamento do aquecimento global que os biocombustíveis podem causar e voltamos à estaca zero.Zero? Bem, não exactamente. A Economist refere que, sim, o etanol não é um combustível nem sequer perto de ideal. Não tem um grande valor energético na queima - o que implica maior consumo - e sendo fortemente higroscópico acaba por absorver água para o sistema e assim provocar corrosão do motor. Por outro lado, o que se aponta é um caminho que não estará longe do conceito de biocombustíveis, apenas não na lógica tradicional. Desta forma, seria uma questão de utilizar enzimas para transformar moléculas mais simples noutras, mais complexas, mais energéticas e que resolvessem os problemas com a água. O artigo, basicamente, propõe a susbtituição da gasolina por combustíveis molecularmente semelhantes, eventualmente mais eficientes, e que poderiam ser gerados a partir de culturas. O balanço de carbono libertado continuaria, assim, a ser compensado pelo absorvido para produzir as fontes do combustível.
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